Reaprender a olhar para dentro

Olá!

Essa semana estou em clima de despedida por aqui. É minha última semana no Brasil, coração apertadinho de ter que ficar longe, mas muito empolgada para o recomeço. É agora que meu ano novo se inicia :)

Quero compartilhar com vocês um texto que o prof. Waldemar Guimarães publicou no facebook esses dias. Ele transcreveu o que eu só comecei a entender no ano passado e que parece que foi como se tivessem acendido uma luz, entendem? Há algum tempo já ouvia falar sobre a tal da individualidade biológica, mas na realidade não entendia de verdade o que aquilo queria dizer. Acabava seguindo as dietas que via por aí (primeiro as da "Boa Borda", dps as das saradas do momento - ovo, batata, frango...) e fazia os treinos que via na internet ou que meu instrutor querido me passava (muitas vezes não concordava, ficava cheia de interrogações, questionava, mas acabava fazendo mesmo assim). Mas no ano passado, como vocês já devem ter enjoado de me ouvir dizer, tive que montar minha periodização sozinha... e foi só aí que decidi realmente ouvir meu corpo, seguir além dos inúmeros artigos que já li, minha intuição.

Não sou muito boa com as palavras, especialmente quando é para falar desses assuntos menos "técnicos", mas uma coisa é certa: jamais copiem o treino ou a dieta daquela sarada linda que você tanto admira. Aquele foi o caminho para ELA chegar ali, mas cada um tem suas próprias particularidades (aqui vale um diário de treino e alimentação). E não adianta, tem que gostar e estudar bastante para entender o que quer que seja... por que com nosso corpo seria diferente?

Então vamos aproveitar o post do "titio Wawa"! ;)

"O homem, em condições naturais, sabe intuitivamente do que se alimentar e quando, e conhece também o limite de sua capacidade física. Se não fosse assim, não teríamos sobrevivido como espécie por cerca de 4 milhões de anos de evolução. O engraçado é que somente nos recentes anos (mesmo os últimos 500 anos são uma parcela ínfima no processo evolucional) parece ter surgido a necessidade da figura do professor de Educação Física e do nutricionista.
Infelizmente, com o passar do tempo, a maior parte das pessoas perdeu a capacidade de, intuitivamente, escolher seu destino, em função dos bombardeios da vida moderna. É a competitividade, são os apelos da mídia para que comamos a chamada fast-food, as propagandas de atividades físicas de academias empacotadas e outras bobagens. Chegam ao extremo de se vangloriar de que a mesma atividade física que é aqui realizada é reproduzida na Nova Zelândia, nos EUA, no Japão, como se fosse possível enquadrar um ser humano em uma caixinha de sanduíche. Cada vez mais somos tratados de maneira massificada.
Acredito que profissionais conscientes devem respeitar os princípios da individualidade biológica e especialmente o princípio natural que é nossa capacidade de escolha. Afinal, talvez essa seja a principal característica que nos diferencia dos outros animais. Uma escolha consciente é desvinculada da escolha induzida. Para isso, devemos reaprender a olhar para dentro de nós mesmos; a partir daí, podemos concluir a quantidade de carboidrato, proteína e gordura de que necessitamos, qual é o limite de intensidade de nosso treinamento e tantas outras coisas importantes na vida. Romper as barreiras, explorar novos horizontes físicos e emocionais faz parte de nossa natureza; senão, ainda estaríamos vivendo nas cavernas. Devemos dar um passo além de maneira inteligente e mais intuitiva.
Acreditamos que o melhor que profissionais como professores de educação física, nutricionistas e mestres das diversas disciplinas marciais podem fazer é re-ensinar as pessoas a explorarem seus instintos mais primitivos em vez de fornecer receitas pré-estipuladas."

Fonte: Waldemar Guimarães Neto (facebook).